um grande amigo
desses homens que são grandes mesmo
que tem a barba suja na cara pronta pra uma cachaça
que fala de bukowski
e que divaga sobre a vida com um cigarro na boca
num boteco
na cozinha de casa
ou jogado no asfalto;
um amigo grande
desses que me viu chorar num carnaval
porque havia uma marchinha triste a ser cantada
e me deu a mão
e o peito.
um amigo meu
que às vezes nem se dá conta de seu próprio discurso babaca
mas que assume a sua babaquice
e ri de si mesmo
ri de mim
e ri do mundo
- que em geral é uma grande bosta
e ao mesmo tempo não é.
esse amigo me disse:
quando você voltar vai ter um carnaval te esperando.
sorri.
porque sim, teremos muitas marchinhas alegres pra cantar
e mãos
jogadas pelo ar
e peitos abertos
sorrisos sinceros
passinhos de dança
cachaça
e tudo mais que não cabe em palavras.
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