junho 20, 2013

espaço



aqui é a sede do dce da minha universidade.
lá em cima tem a sala do meu ca também.
do lado esquerdo se chega até o meu departamento.

aqui eu danço, canto, bebo.
beijo e abraço.
conheço.
aqui eu faço manilha, reunião, discussão.
participo - sempre que posso - do movimento estudantil.
aqui nessa universidade eu encontrei uma porçãozinha de gente boa.
gente grande.
que na verdade é pequena e sempre que posso engulo.
em abraço e beijo.
porque gosto.
aqui nessa cidade eu encontrei uma porção de ideias espalhadas.
e que me compõe hoje de forma bonita e sincera.
num processo contínuo.

aqui nesse lugar meio esquisito eu me deparei com algumas pichações.
a parede de fundo do palquinho eu nem me lembro mais como era, já mudou tanto!
sei que a lembrança será sempre das luzes verde e vermelha da boa kombi branca.
sei que aqui há escrito "Zé Luis e Rosa".
grande.
e que permaneça eterno.
tem escrito "vestibular: terrorismo social".
tem uma mulher crucificada no próprio útero.
que me chama a atenção sempre.
esses dias Alexandre Vancucchi deu as caras também.
no banheiro tem um "aqui jaz o movimento estudantil" - num acesso nosso de decepção, confesso.
indo pro departamento tem um torto "muita câmera, pouco cérebro"
pra eu me lembrar sempre que pensar ainda é mais importante do que apertar o rec.
e nesse lugar esquisito tem tanta opinião, posição e pensamento
que eu acho que tinha até que ter mais espaço pra ser preenchido.

engraçado que hoje eu vi um palquinho vazio numa quarta-feira a noite.
depois de uma aula medíocre.
mas que foi precedida por uma prosa boa sobre luta por direitos.
e a verdade é que esse palquinho tá sempre cheio de tudo e de todos, mesmo que momentaneamente vazio.
tá vivo, respirando.
passei e vi esse novo grito:
"meus pelos, minhas regras".
e fui toda sorriso.

Um comentário:

  1. véi, adorei o texto, diz muito do que realmente é o palquinho, nosso mural físico de opiniões (e repressões).

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