A gente se encontrou na saída do metrô
Se abraçô
E saiu pelos arredores do bairro que é mais dele do que meu
E a conversa vem acompanhada de riso.
Mas confesso que às vezes me incomodo em voltarmos sempre a um passado próximo
Como se faltasse assunto no presente e a gente recorresse ao mais fácil.
Quero o mais difícil.
Mas é bom estarmos próximos
No isolamento acústico e de mundo do carro
Se beijar
E quase acreditar
Que crescemos.
junho 30, 2013
junho 20, 2013
espaço
aqui é a sede do dce da minha universidade.
lá em cima tem a sala do meu ca também.
do lado esquerdo se chega até o meu departamento.
aqui eu danço, canto, bebo.
beijo e abraço.
conheço.
aqui eu faço manilha, reunião, discussão.
participo - sempre que posso - do movimento estudantil.
aqui nessa universidade eu encontrei uma porçãozinha de gente boa.
gente grande.
que na verdade é pequena e sempre que posso engulo.
em abraço e beijo.
porque gosto.
aqui nessa cidade eu encontrei uma porção de ideias espalhadas.
e que me compõe hoje de forma bonita e sincera.
num processo contínuo.
aqui nesse lugar meio esquisito eu me deparei com algumas pichações.
a parede de fundo do palquinho eu nem me lembro mais como era, já mudou tanto!
sei que a lembrança será sempre das luzes verde e vermelha da boa kombi branca.
sei que aqui há escrito "Zé Luis e Rosa".
grande.
e que permaneça eterno.
tem escrito "vestibular: terrorismo social".
tem uma mulher crucificada no próprio útero.
que me chama a atenção sempre.
esses dias Alexandre Vancucchi deu as caras também.
no banheiro tem um "aqui jaz o movimento estudantil" - num acesso nosso de decepção, confesso.
indo pro departamento tem um torto "muita câmera, pouco cérebro"
pra eu me lembrar sempre que pensar ainda é mais importante do que apertar o rec.
e nesse lugar esquisito tem tanta opinião, posição e pensamento
que eu acho que tinha até que ter mais espaço pra ser preenchido.
engraçado que hoje eu vi um palquinho vazio numa quarta-feira a noite.
depois de uma aula medíocre.
mas que foi precedida por uma prosa boa sobre luta por direitos.
e a verdade é que esse palquinho tá sempre cheio de tudo e de todos, mesmo que momentaneamente vazio.
tá vivo, respirando.
passei e vi esse novo grito:
"meus pelos, minhas regras".
e fui toda sorriso.
junho 17, 2013
A#
Vem pra perto dos meus olhos pretos e se afunda
Cheio desse sorriso agudo
Me alcança com seu corpo e se enrosca no meu
Quero as cores pintadas do seu braço colorindo a minha nuca
E que minhas mãos em completa desarmonia te façam arranjos
E gemidos
Em Lá sustenido
Vem do meu lado e me acompanha na dança
Quero meus pés circunscrevendo sua sonoridade toda
E que nossas vozes agudas se calem por um uso melhor das bocas
Me beija com ânsia, cor e ruído.
Me permite dar a volta na sua cintura e alcançar seu umbigo desprotegido
Que a gente pode se encontrar com um pouco mais de verdade,
Um pouco mais de mentira
Fingindo ser artista.
Cheio desse sorriso agudo
Me alcança com seu corpo e se enrosca no meu
Quero as cores pintadas do seu braço colorindo a minha nuca
E que minhas mãos em completa desarmonia te façam arranjos
E gemidos
Em Lá sustenido
Vem do meu lado e me acompanha na dança
Quero meus pés circunscrevendo sua sonoridade toda
E que nossas vozes agudas se calem por um uso melhor das bocas
Me beija com ânsia, cor e ruído.
Me permite dar a volta na sua cintura e alcançar seu umbigo desprotegido
Que a gente pode se encontrar com um pouco mais de verdade,
Um pouco mais de mentira
Fingindo ser artista.
junho 11, 2013
não sei cadê você.
não sei das suas vontades
de novo.
não sei cadê você que não esbarra mais em mim.
não sei eu e você.
cadê?
não sei da sua voz, e dessa barba que suja a cara.
cadê você que não me quer mais?
podia ser mais simples te perder.
ainda dói um tiquin.
e cadê?
posso colocar algo pra ouvir
e fingir
que de tão leve
acaba que nem parece dor.
e vou.
mesmo sem querer
sem saber
cabô.
não sei das suas vontades
de novo.
não sei cadê você que não esbarra mais em mim.
não sei eu e você.
cadê?
não sei da sua voz, e dessa barba que suja a cara.
cadê você que não me quer mais?
podia ser mais simples te perder.
ainda dói um tiquin.
e cadê?
posso colocar algo pra ouvir
e fingir
que de tão leve
acaba que nem parece dor.
e vou.
mesmo sem querer
sem saber
cabô.
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