O coração fraquinho
Quase se esquecendo de pulsar
Minha mãe segura a mão dela
Ela diz que já teve a minha pele.
A mão dela toda enrugada
Mergulhada na água há um bom tempo
A mão da minha mãe no intermédio
E a minha mão ainda no começo dessa sensação de tédio
Tédio da vida.
Não sei se pra ela mesma ou se pra mim,
Por que ela ficou assim
E a responta que eu sei vó,
É uma só.
Aquela que todos nós sabemos
Mas não a quero lhe dizer
Medo do certo da vida.
Aquele medo brutal
Do tédio da vida.
Tô lendo "O Livro dos Prazeres" da Clarice Lispector. Vi seu blog hoje cedo, e depois encontrei uma parte do texto que combina, acho:
ResponderExcluir"Antes de morrer se vive, Lóri. É uma naturalidade morrer, transformar-se, transmutar-se. Nunca se inventou nada além de morrer. Como nunca se inventou um modo diferente de amor de corpo que, no entanto, é estranho e cego e no entanto cada pessoa, sem saber da outra, reiventa a cópia. Morrer deve ser um gozo natural. Depois de morrer não se vai ao paraíso, morrer é que é o paraíso". (p. 72)
Engraçado, pq amadurecer, e cair do pé faz parte. E não se inventou aind aum modo diferente de ser...