janeiro 29, 2012

Bem

Não sei sobre essa barba na minha pele, sobre o fato de eu estar próxima ao seu peito e as suas mãos nas minhas segurando juntas a cabeceira da cama pra que ela não nos escape e caiamos no chão. Sei pouco sobre mim, sei pouco sobre você também. Mas você sobre mim...
Sei bem.

janeiro 22, 2012

Céu

Essa semana e o final dela. De chuva interna.
Foram os últimos dias em que a menina dos cachos cor de castanha morava com a menina da pinta na boca.
Foram igualmente os últimos dias em que a menina das pintas no queixo morava com a menina do sorriso maior que o quarto.
E eram os primeiros dias em que os cachos cor de castanha e as pintas no queixo conviviam tão intensamente a procura de morarem juntas.
Nenhuma delas sabe como se deu o desencontro.
Só sabem que ele ficou aqui, exposto.
A céu aberto.
Às cores, às formas, aos sorrisos e aos choros.
Tão contidos e tão envergonhados de si mesmos.
A menina das pintas no queixo grita para as outras três meninas que foi mais do que especial as ter conhecido tão verdadeiramente..
Ter morado e convivido com as sensações, as palavras, os objetos e as verdades do sorriso maior e mais bonito.
E ter pseudo morado com as sensações, as palavras, os objetos e as verdades da pinta na boca e dos cachos de castanha.
Espero com toda a alma encontrar o mais sincero daquele sorriso incontáveis vezes e retribuí-lo com o meu, igualmente cheio de sinceridade.
Espero com toda a alma que a pinta na boca e os cachos toquem e cantem juntas incontáveis vezes só pra si mesmas.
E espero, não menos do que com toda a alma, que a cor de castanha não se canse do meu queixo cheio de pintas assimétricas.




dia vinte e dois de janeiro de dois mil e doze pela fotografia da menina com a pinta na boca de um desses apartamentos cheios de histórias dessa cidade do clima chamada são carlos.