Empolgada, eu descreveria a você
A beleza da dor da impotência de te ver assim, mãe.
Porque se fosse um sonho, ou se fosse um filme, seria arte.
Mas a dor da impotência de te ver assim
É real, mãe.
E não há nada de artístico nisso.
Não há nada de bonito.
Mas se fosse um filme
Você certamente estaria linda debaixo de um Ipê cor-de-rosa no meio do nada.
E eu
Seria só mais uma das minúsculas flores derrubadas.
Não sem lágrimas, mas com beleza nos olhos,
Seríamos um bonito sonho de um cineasta sem sono.
E enquanto isso eu finjo dormir
E você acordar.