Desses que vem depois da chuva.
Que estou numa agonia mórbida e entediada.
Os dias demoram a passar
Enquanto eu me delicio com a falta de gosto da chuva de agonia que cai em mim.
Sem gosto.
Me aterroriza o fato de não ter gosto!
E eu fico pensando sem firmeza nas coisas das quais queria dizer...
Sempre acho que devo ter o que dizer.
Parece sempre necessário dizer algo a quem me acompanha.
Acho que porque eu gosto de ouvir, de saber.
Mas, às vezes, o silêncio diz muito mais.
O indizível,
Que eu não sei não dizer.
Quero sempre e sempre ter o que dizer.
Saber como dizer.
Ficar na pessoa pra sempre.
E eu confundo mesmo as coisas.
Gosto de confundi-las,
Que isso pra mim deve ter gosto.
Como esse texto preso em teias de aranha, apesar de estar sendo escrito agora.
Esse texto desinteressante que desafoga as mágoas de quem o escreve.
Sem linearidade, porque o pensamento assim também é.
Esse texto que eu finjo ser poesia
Não é, mas eu gosto que ele pareça assim.
E pronto, já provei um gosto bom.
Esse gosto de quando termino de escrever
E abro um sorriso tímido e malditamente orgulhoso.
Como se fosse depois da chuva.
São Paulo, que conheço mal, mas me conhece bem, que sabe.
São Carlos, que ainda não tem nada a ver com isso...
Você logo terá.